A deputada Ana Paula Siqueira (Rede), militante da questão racial, participou, na segunda-feira, dia 23/11, do evento “Novembro Negro UFMG: Orgulho de Ser”, a convite do Centro Acadêmico de Gestão Pública, da UFMG, em função da celebração do Dia da Consciência Negra. Durante o debate, cujo o tema foi “Políticas públicas e negros no Brasil: Atos de resistência, de manifestação e contestação do status quo”, Ana Paula reforçou sua defesa da igualdade de oportunidades e do combate ao racismo estrutural na nossa sociedade.
A deputada compôs a mesa com a pós-doutora em Ciência Política pela UFMG, Viviane Gonçalves Freitas e a mediação do presidente do CAGP, Henrique Dias. Durante a sua apresentação, Ana Paula destacou a importância da representatividade negra em todos os espaços artísticos, de liderança nas empresas e na gestão pública. Como exemplo, Ana Paula lembrou que esta é a primeira legislatura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a eleger mulheres negras, e o orgulho que tem de ser uma delas.
“O racismo é estrutural porque está enraizado nas estruturas. Precisamos de políticas públicas que possam dar oportunidades de educação, de empregabilidade e de acesso à cultura e esportes. Tudo isso passa pela construção de políticas públicas e o meu compromisso é de representar essa população negra e suas lutas”, afirmou Ana Paula.
Ana Paula ainda compartilhou seus projetos direcionados a garantia dos direitos da população negra, como o que já se transformou na Lei 23.663/2020, que determina a inclusão de dados de raça e cor nos protocolos de atendimento médico no Estado, entre outras propostas.
Lives marcam luta por garantia de direitos
A resistência da população negra, as dificuldades como preconceito e falta de oportunidades, bem como o orgulho e as lutas dessa parcela da população foram alguns dos temas debatidos pela deputada estadual Ana Paula Siqueira em duas lives realizadas no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
Para o debate, a deputada convidou lideranças, estudiosos e militantes que se dedicam a busca por garantia de direitos. No primeiro encontro, Ana Paula deu voz a juventude negra reunindo Izadhora Cristina, de 18 anos, fundadora do Projeto Raças e Galpão em ação, Pedro Otavio, 20 anos, estudante de Direito na UFJF, integrante do Movimento Negro Unika e do Coletivo Preto Sandumonense, além de Juninho Fernandes, bacharel em teologia, estudante de Educação Física(Unopar) e instrutor de artes marciais.
Izadhora, moradora de Betim, e Pedro, da cidade de Santos Dumont, destacaram a necessidade de mais oportunidades para a juventude negra, envolvendo educação, empregabilidade e o acesso à cultura. Ana Paula Siqueira destacou a importância da ampliação das políticas públicas neste sentido de acabar com desigualdades.
Na segunda live, Ana Paula recebeu Alexandre Braga, presidente da Unegro-MG, Edna do Gorutuba, quilombola da comunidade do Gorutuba, coordenadora nacional da Conaq e vice-presidente da Federação Quilombola do Estado N'golo, professora Nara Lucia de Paula Fan, que há 33 anos se dedica a educação, além de Suely Virginia dos Santos, mestra em Psicologia Social (UFMG) e consultora em Relações Étnico-Raciais e de Gênero.
Negra e crespa, professora Nara contou sua experiência de estar atenta aos enfrentamentos diários que vivem nossas crianças e na busca para o respeito e transformação desta sociedade. Suely dos Santos compartilhou com os ouvintes seus conhecimentos sobre a relação da auto-estima, dos impactos psicológicos com as questões raciais.
Nos encontros, Ana Paula Siqueira, assim como todos os convidados, repudiaram a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, por asfixia, ao ser espancada por seguranças de um supermercado, em Porto Alegre, fruto de uma sociedade marcada pelo racismo e letalidade contra a população negra.
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