A cada hora, três crianças são abusadas sexualmente no Brasil. Em Minas, são 17 vítimas todos os dias. Mais da metade dos crimes é cometido por parentes ou pessoas próximas, mas o assunto ainda é pouco discutido pelas famílias. Para contribuir com a conscientização sobre o tema e estimular as denúncias, a deputada Ana Paula Siqueira (Rede) realizou uma audiência pública na Assembleia Legislativa dia 18 de maio, além de ações nas ruas de Belo Horizonte.
“Chega de tabu. É importante conversar com as crianças e adolescentes que, muitas vezes, nem sabem identificar que estão passando por uma violência. É importante estar atento às possíveis mudanças de comportamento. A atitude de cada um de nós pode salvar vidas”, explica Ana Paula.
O dia 18 de maio marca a data Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. E neste dia, durante a audiência pública na Comissão de Participação Popular, Ana Paula Siqueira cobrou do Estado campanhas permanentes e educativas de prevenção. Ela é autora do Projeto de Lei 393/23 que cria a Política Estadual pela Primeira Infância.
Blitz educativa
Como coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, a deputada organizou ações educativas nas ruas da capital, nas regionais Leste, Noroeste, Nordeste, Barreiro e Centro-Sul, como na Feira Hippie.
“Foi muito impactante andar pelas ruas, na Feira Hippie, e escutar várias pessoas nos confidenciarem que já tinham sido vítimas. É muito mais comum do que se possa imaginar”, lamenta Ana Paula.
Denúncia salva vidas
Violência sexual são atitudes que envolvem crianças e adolescentes, como carícias e toques íntimos, e outras práticas sexuais, mesmo que não tenha contato físico. Também pode ser qualquer forma de exploração sexual, como incentivo à prostituição, à escravidão e turismo sexual, e à pornografia infantil. As denúncias podem ser feitas pelo Disque 100.
Crimes de violência sexual crescem 68%
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania mostram aumento de 68% desses crimes nos quatro primeiros meses de 2023, comparados com 2022. Foram registrados 17,5 mil casos e 9,5 mil denúncias.
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